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Já....

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  Já a morte alimenta os corvos no seu rebanho do campo. E nos muros   de hera restantes arruínam-se   pesados  limões. Dos pássaros e dos azuis jacintos   evaporam-se   liberdades. As águas cristalinas irrompem das pedras vadias, as borboletas voam   pelo ar levadas pelo   vento que sopra ferozmente. As cores de   um fogo   amarelo   ilumina os prados, chiam   os riachos de latão   pelos socalcos , e a cascata do moinho abandonado solta um fragor   de solitária companhia.   Do outro lado, há mais  morte,  até no  gado que é alimentado  sobrevoado pelo rebanho dos corvos sobre o campo; sob os limões pendentes no arruinado muro   de heras  chegam denúncias  d uma grande pilha de estrume .   Pássaros escapam-se   das flores   azuis dos jacintos  de que as liberdades se evaporam perversamente. As águas cristalinas que se desprendem das pedras, vão   soprando ferozmente o voo das borboletas. Na luz amarela dos campos o bronze do ribeiro estala  ao sol  s

o que te enoja na peste ?

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o que te enoja na peste ? de que foges, porque vais para os moinhos de vento ? o que te enoja nas máscaras  e nas caras ? das pás da roda   agarras uma bengala, uma cana absurda sentas-te nas pedras pescas a  brisa nas pedras e nas algas não mariscas não  tentas sequer. contemplas o arco do mundo, a harpa do vento neste  longo período de nojo dos homens e das mulheres. na praia entre as rochas o cheiro das algas liberta a brisa  traz o tempo antigo em que  se moía  farinha nos  moinhos quando as pás dos  gigantes rodavam  ao sol. e agora   tudo isso   te enoja o mundo não o tempo. Foges para atormentar os moinhos de vento  todas as máscaras  num rosto que  te  vê.  De facto, uma aversão a ti mesmo.... Moinhos de vento rodam sobre a erva uma bengala rangendo faz um  favor à brisa às  rochas e algas sem marisco. Não te  sentes  nas pedras  nem especules Por um longo tempo  de náusea e sem  mulheres entre as rochas da praia irrompe o cheiro de libertação das  algas. Relatos  aéreos antigo

Pica Loquax

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  " Pica Loquax" Leve-me de todo o coração este meu latir,  deste eu que soçobra como a fraqueza dos peixes fora d'água, cercados de espinhos, eu tenho toda a rectidão para descer da desilusão para o  teu seio  Eu me tornei um sorriso pronto para o teu paladar feito de  cordas  música e outros  assombros. Então toma este  coração, isto é,  ele não alcança os caminhos dos mortos por medo  de ser mais profundo que o barqueiro do  Lethes. Eu e o norte flutuamos nas suas margens; Esta escuna invisível rasga as tuas vestes  porque os mortos não têm medo do mar desconhecido. Minha fome insaciável da tua nudez é como a  luz negra da lua e das estrelas brilhando à noite. Tu  não deves tomar a insanidade desta fome,  deves permanecer com o espanto de tuas flores e das que pertencem a outros, Eu tenho que pegar numa borboleta  enquanto bebo  uma gota do óleo destilado de  "Nasturtium indicum" feito do pólen do mais lírico  sonhador ! Parecem-me fios de flechas os teus olh

On a encore

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On a encore on a encore le printemps (le désir) et aprés ? le printemps arrive subreptice et mystérieux  eclairé en  votre monde caché aux  diapasons d'antan remarquez que la nuit est mouillée et la pleine lune apporte plus de pluie, dans le délire des plantes la rosacée de votre sexe est un signe préfigurant d'un prix la rosée nocturne vous laisse en marge du désir  comme s'il y avait un miracle dans cette aventure et dans ce monde immense dans l'obscurité du désir,  la folie se cache dans le vide de ton cœur opaque et sourd qui êtes-vous au-delà de ça? la nuit étoilée donnant à l'âme un vague rêve et toi dans la solitude à la hausse  auscultant toutes les possibilités de refaire le nord en niant la mort le soleil du soir oblique se va coucher avec les inconforts les malentendus... et tout a été chanceux oh sorts  la rosée humide de la bouche de ton corps féminin  tissant mon délire à la fin de l'heure  tu veux baiser  ou tu ne pas baiser à l'ombre de la mo

A Cananeia /Poema em Progressão

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 "A Cananeia " - Ela é a que esteve comigo ! -  Eu tenho queda  para o abismo  . A segurança é uma causa de inaptidão ! Admirável  a colecção dos rios de sombras dela, a funda da sua  flor carnívora desenhada em estola. Os rios  que correndo em delírio de sólidas pedras para outros lugares inseguros  nos esconderijos dos corações enquanto os anzóis  do desejo lhes vão  fazendo  o cerco. Nunca temeu  a sua indiferença, apaixonara-se pelo desafio da sua dimensão lúdica os traumas que faziam sangrar as pedras   escoucear as éguas e secar as ervas. Mordidas  de insectos. O encontro às cegas Um  lugar para o ser se afundar na beleza e no sublime um sítio em  que não havia céu para as gaivotas . lá por cima  das  águias  nas cumeadas  dos abutres.  Longe da  costa  os pássaros não  zombavam dele  No escuro, à luz de candeias davam corda aos relógios aos gritos, fumando alpendres aflitos, afugentavam ratos dos cabides soterrando a chuva em miragens. Então  atraíram o olhar  dos prof

Fineza IV

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  Fineza IV Na crepuscular e esdrúxula melancolia Na crista da onda, sob a ondulação da duna Ao   longe velando , vi roçar sua presença   a reforçar minha louca abstinência…   Esta é a mais   grave forma da fineza De nos   faltar em partes o que nos sobeja, E ver no   lívido   espelho da  mais secreta alma A sempre dúbia face da   sua  beleza.   E nos crepúsculos vulgares, cheios de incerteza Como   as palavras mudas de um remédio Tomar   por nossa a voz de um   génio que nos fala   do amor e da estranheza.   È esta    melancolia     esdrúxula que me guia De uma ausência viva ou duplo de   um assédio De um adejar de asas que me extenua   E que me acena de longe   com um ar sério.     Tristeza d’alma , espanto,de nos faltar Aquele anjo   ou alma gémea, Nos vales do desejo   da loucura e do ardor De fazer perder o juízo em forma etérea….     E ver em tudo transpirar   seu rosto   e como que por encanto nas nuvens perder-lhe o rasto e

As Flores do Pânico

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As  Flores do Pânico  Basta  a  flor alcoólica da ressaca o perfume do sexo perfurado a vertigem da  morte anunciada o verme obtuso devorando as órbitas e o  seu abjecto nome  roendo as entranhas para que num instante tudo mude. Basta  o vertiginoso assalto do nojo e do medo a noite de insone sob  os beirais  do sonho o  vazio etéreo  da madrugada avassaladora e  a alma  etílica de asas delidas na História para que tudo num instante mude. Basta  o assalto da  onda ou do roubo basta a calúnia ou o opróbio  cobarde  a  lívida flor  do pânico sob o veludo ou  não haver nada como  tu mulher  rasgando os sonhos incendiando as mãos  no olhar  de estar  parindo  tudo para que  num instante  tudo mude. daluz.lethes@copyright 27/01/2019